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Cartas
de abertura

 

Uma década e meia de trabalho pela construção de uma sociedade mais justa e humanizadaPor Maria Alice Setubal

A pandemia de Covid-19 e o consequente aumento das desigualdades, que culminou em uma crise humanitária sem precedentes, mostraram que a maneira mais eficaz e viável para sairmos desse desastre passa, obrigatoriamente, pela criação de um grande pacto coletivo para o enfrentamento das desigualdades.

Em 2021, completamos 15 anos, e, ao olharmos para nossa história de enfrentamento às desigualdades, vários aspectos dentro da nossa estrutura organizacional mudaram. Mas o pressuposto do fazer com organizações parceiras, aliadas/os e demais atores da sociedade civil, aliado à premissa de que o território importa, norteia as nossas ações e evidenciam a importância de uma atuação conjunta entre diferentes setores. Seja por meio de projetos desenvolvidos pela própria Fundação ou a partir da mobilização em rede, a transformação se dá por meio do respeito aos diferentes saberes e a responsabilidade compartilhada. 

Estamos presentes no Jardim Lapena por meio do Galpão ZL, o nosso Núcleo de Prática de Desenvolvimento Local – e de crescimento humanitário, onde aprendemos diariamente –, mas entendemos que todas as periferias têm muito potencial para desenvolver-se; por isso, buscamos conhecê-las e apoiá-las, contribuindo para seu desenvolvimento.

O nosso objetivo é fazer a nossa parte para a construção de uma sociedade pautada pela equidade e na qual todas/os tenhamos chances plenas de acessar oportunidades de crescimento e de alcançar espaços de poder e de decisão.

Para tornarmos esse objetivo possível, sementes em áreas diversas estão sendo continuamente plantadas. Isso abrange, por exemplo, o apoio a lideranças periféricas e a sensibilização do poder público, das OSCs e do Investimento Social Privado para a urgência de destinar mais verba para territórios periféricos e vulnerabilizados, a defesa inegociável da democracia e o constante diálogo com bolhas plurais – as nossas e as alheias ao nosso campo.

Acreditamos que esse percurso ganha mais força com a diversidade que se faz presente em nossa equipe. A união de pessoas com características e origens diversas é propícia para o surgimento de um ambiente de cooperação e aberto ao diálogo. A perspectiva plural e diversa tem papel fundamental para o nosso trabalho em favor da promoção da equidade. Em âmbito racial, esse pressuposto está intrinsecamente ligado ao fato de sermos uma organização aliada na luta antirracista e na promoção da equidade racial.

Ainda, o diálogo é essencial, tanto com quem está ao nosso lado como com quem está em segmentos sociopolíticos diferentes, para o fortalecimento democrático e o combate ao obscurantismo; dois dos grandes desafios dos nossos tempos.

O relatório anual mostra os caminhos percorridos pela nossa equipe em 2021.

Boa leitura,

Maria Alice Setubal

Presidente do Conselho da Fundação Tide Setubal