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Comunicação

O audiovisual como ferramenta para despolarizar e dialogar

Desde seu lançamento, o Enfrente, canal da Fundação Tide Setubal no YouTube, tem o intuito de dar visibilidade às histórias e iniciativas contadas e construídas por lideranças das periferias. Suas produções buscam, também, estabelecer pontes de diálogos, orientados pela perspectiva de encontros e fronteiras para um debate democrático.

Com base nessa lógica, o audiovisual, por meio do Enfrente, teve papel estratégico para a Fundação Tide Setubal no trabalho desenvolvido para influenciar setores diversos a se mobilizar em favor da construção de uma sociedade pautada pela equidade.

Grade de programação

Um dos projetos lançados em 2021 foi a websérie Caminhos: Memórias, Afetos e Enfrentamentos na Trajetória de Lideranças Negras. Produzida pela MV+, a série é composta por oito episódios que mostram como a trilha de lideranças negras apoiadas pelo Edital Caminhos foi traçada. Ancestralidades, desafios no ambiente escolar e na vida acadêmica, o apoio da família e de pessoas aliadas, sonhos e objetivos para o futuro perpassam a narrativa das personagens que apresentam suas histórias nessa primeira temporada.

A proposta visa dar visibilidade a essas trajetórias e experiências, inspirando novas lideranças e também contando essas histórias de uma forma mais profunda para contribuir com o olhar do investimento social privado para suas construções de apoio para o enfrentamento do racismo. Os oito episódios somam 11.249 visualizações, e a série é a playlist mais acessada do canal Enfrente durante o ano.

Ainda dentro da lógica da construção de pontes para diálogos, mas com foco na relação democrática entre pessoas com ideais políticos divergentes, a série Diálogos Possíveis reuniu, em três episódios, um trio de personalidades de campos antagônicos. Realizada em parceria com o Programa Democracia e Cidadania Ativa da Fundação e o Despolarize e produzida pela Maranha Filmes, a série mostra os desafios e as possibilidades de diálogo – com indivíduos que pensam de forma diferente – em um contexto político e social polarizado. O que pode unir? Há uma conexão possível? Onde existe encontro? Quais são os limites de cada um? Vale o ganho individual ou a mudança coletiva?

Os convidados de cada episódio foram:

  • a deputada federal Tabata Amaral, a deputada estadual Isa Penna e o vereador Fernando Holiday;
  • a cineasta Marina Person, a advogada Juliana Souza e o pastor Pedrão;
  • a assessora parlamentar Julia Machado, a facilitadora educacional Uma Luiza Pessoa e o empreendedor social Rafael Maretti.

As produções veiculadas no Enfrente em 2021 totalizaram 88.344 visualizações. Entre as duas séries produzidas no ano, Caminhos – Memórias, Afetos e Enfrentamentos na Trajetória de Lideranças Negras teve 11.249 acessos, ao passo que a temporada de Diálogos Possíveis contou com 2.762 views.

Ambas as séries, inclusive, alcançaram os maiores percentuais de audiência entre as playlists mais acessadas em 2021 no canal: Caminhos totalizou 38,1% dos acessos, enquanto Diálogos Possíveis registrou 17,4%. Na sequência, ficou a produção É Preciso Falar sobre Saúde Mental, com 5,6%.

Comunicar sobre saúde mental é preciso

Produzida pelo canal Inconsciente Coletivo, do Estadão, em parceria com a Fundação Tide Setubal, a série É Preciso Falar sobre Saúde Mental consiste em entrevistas conduzidas pelo jornalista Morris Kachani em que são abordados aspectos diversos relacionados à saúde mental com intersecção entre raça, gênero e território.

O objetivo da série é, por meio de entrevistas sobre temas ligados à saúde mental, democratizar o debate sobre o assunto de maneira acessível, didática e empática. A produção dialoga com o projeto Territórios Clínicos, voltado ao desenvolvimento e fomento de propostas que promovam a circulação e a ampliação de práticas no campo da saúde mental, sobretudo a área psicanalítica, em tais espaços.

Os episódios da série foram lançados com periodicidade mensal e abordaram os seguintes temas:

  • Saúde mental virou pauta moral, com o psicanalista Christian Dunker;
  • Saúde mental da mulher negra, com Ana Carolina Barros Silva, psicanalista, mestre e doutora pela Universidade de São Paulo (USP) e Université Paris VIII Vincennes-Saint-Denis (França);
  • O que é ser branco para você?, com Lia Vainer Schucman, autora do livro Entre o Encardido, o Branco e o Branquíssimo;
  • Momento de melancolia, com o psicanalista Joel Birman;
  • A saúde mental dos imigrantes e refugiados, Miriam Debieux, psicanalista e professora titular do programa de pós-graduação em Psicologia Clínica da USP;
  • Cis-heteronormativa na Psicologia, com Jaqueline Gomes de Jesus, professora do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ) e pesquisadora líder do Odara – Grupo Interdisciplinar de Pesquisa em Cultura, Identidade e Diversidade;
  • O stress das minorias sexuais, com Alexandre Saadeh, fundador e coordenador do Ambulatório Transdisciplinar de Identidade de Gênero e Orientação Sexual do Hospital das Clínicas (SP);
  • A psicanálise com moradores de rua, com Jorge Broide, professor de Psicologia na PUC-SP;
  • O cuidado com a saúde mental dos bebês, com Julieta Jerusalinsky, psicóloga e psicanalista especializada em Saúde Mental na Primeira Infância;
  • O que leva o jovem negro ao suicídio?, com Clélia Prestes, doutora em Psicologia Social pela USP e integrante do Instituto Amma Psique e Negritude;
  • O que é ser homem?, com Pedro Ambra, psicanalista, professor da PUC-SP, doutor em Psicologia Social pela USP e em Psicanálise e Psicopatologia pela Université de Paris (França);
  • O conceito de quilombo no século XXI, com Emiliano David, psicólogo, psicanalista, mestre em Psicologia Social, integrante do Amma Psique e Negritude;
  • O samba e a saúde mental, com a cantora e compositora Teresa Cristina.