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Programas
de Influência

Pesquisa mostra a relação dos jovens com a democracia

Compreender a falta de confiança nas instituições democráticas e os motivos pelos quais os espaços democráticos não respondem aos desafios contemporâneos é um ponto significativo para a atuação do Programa Democracia e Cidadania Ativa da Fundação Tide Setubal.

O quanto os jovens confiam no Governo Federal

Dentro dessa lógica, a Fundação idealizou, em parceria com a rede de mobilização social Avaaz e o instituto Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec), o estudo Democracia e Eleições. Realizado entre 18 e 21 de setembro de 2021 e lançado no fim do mesmo ano, o levantamento consistiu em entrevistas feitas com 1.008 jovens de 16 a 34 anos de regiões variadas do Brasil e inseridos em contextos e grupos socioculturais e econômicos diversos:

  • pessoas com ensino fundamental (ciclos I e II), médio ou superior completos;
  • renda familiar variável entre um e mais de dois salários mínimos;
  • classes A a E;
  • adeptas/os de religiões diversas e em âmbito plural;
  • multiplicidade de classificações raciais em conformidade com os parâmetros estabelecidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O quanto os jovens confiam no Congresso Nacional

Os resultados obtidos indicam que os jovens têm níveis baixos de confiança nas instituições democráticas e relativas à política institucional. Quando se fala em espectros políticos, por exemplo, um dos pontos questionados diz respeito à divisão política, no qual os campos da esquerda e da direita foram nominalmente citados. Para 37%, a divisão política entre os dois polos não faz sentido, enquanto 21% concordam parcialmente com essa lógica.

O quanto os jovens confiam no STF

 

Participação política ou cancelamento? Eis a questão

Outro ponto identificado no estudo consiste em como as pessoas entrevistadas veem o nível do debate político no Brasil. A impressão geral é que são grandes os níveis de intolerância nos debates sobre o tema.

Quando perguntados se consideram o debate político nas redes sociais como agressivo, respostas afirmativas têm ampla vantagem: 57% concordam plenamente com essa premissa, ao passo que 26% aquiescem em parte.

Ainda no que diz respeito ao diálogo sobre política nas redes sociais, a cultura do cancelamento, ou seja, contexto contemporâneo em que pessoas com opiniões dissonantes de um determinado grupo são sistematicamente silenciadas e invisibilizadas, é um fator que inibe jovens de opinar sobre temas diversos – e o estudo destaca esse aspecto.

O quanto os jovens confiam nos Partidos políticos

Ao serem perguntadas/os se discutem sobre política nas redes sociais, por temerem ser julgadas/os, canceladas/os ou tratadas/os de forma agressiva, 43% concordaram plenamente e 16%, parcialmente.

Temor de cancelamento à parte, as juventudes brasileiras consideram que aspectos estruturais devem ter predominância no debate político em 2022. Para 33% das pessoas entrevistadas, o valor social mais importante é o combate à pobreza e à fome, ao passo que a existência de uma economia forte e que gere empregos e a preservação da Amazônia e do meio ambiente vêm em seguida, respectivamente, com 16% e 14%.